A equipe de pesquisa da Espaço Arqueologia está se preparando para realizar avaliação de impacto na área de ampliação das atividades de extração da empresa de embalagens WestRock, localizada em Três Barras, no planalto norte catarinense, fronteira com o Paraná.
Três Barras, nome originado pelos três rios que o cercam: Negro, São João e Canoinhas, é um dos principais municípios da Região do Contestado e preserva acervos do patrimônio cultural, como a sede da antiga serraria Lumber, a antiga estação ferroviária, que hoje abriga o Museu Histórico Municipal, e a ponte ferroviária.
A serraria Lumber, maior madeireira da América Latina no início do século XX, dispunha de maquinário de alta tecnologia e trabalhadores especializados vindos dos EUA. Para suprir a grande capacidade produtiva das serrarias, sendo a principal localizada em Três Barras, a Lumber comprou uma série de fazendas cobertas de florestas de araucária habitadas por posseiros que viviam há anos na região. Com a chegada da ferrovia, essa situação favoreceu um processo de especulação de terras e disputas políticas entre coronéis e posseiros pobres pelo acesso à terra, que colaborou para o início da Guerra do Contestado entre 1912 e 1916.
O Museu Histórico Municipal, instalado na antiga Estação Ferroviária, era ponto de escoamento da produção de madeira da Lumber. A Estação foi inaugurada em 1916 e seu último comboio passou pelos trilhos em 1997. Atualmente, o prédio de madeira preserva um acervo com fotografias e objetos dos tempos da Lumber e sua matéria-prima ainda é o principal motor econômico da cidade.
Os arqueólogos responsáveis pela avaliação de impacto ao patrimônio arqueológico, viajam para Três Barras na primeira semana de março de 2018, quando realizarão o Avaliação de Impacto ao Patrimônio Arqueológico em área relativa a expansão de indústria de celulose
Fonte: https://www.historiaambiental.org/a-lumber-o-contestado-e-a-historia-do-desmatamento-da-floresta-de-araucaria1911-1950/