Registros arqueológicos evidenciam grupos de caçadores-coletores e horticultores que por milhares de anos vivem na Floresta Amazônica. Estes grupos humanos se destacam pelo uso das técnicas de fertilização do solo, a partir de material orgânico existente na região, que ficou conhecido como “Terra Preta de Índio” ou “Terra Preta Arqueológica”. Tal conhecimento indica que os povos indígenas que habitaram, e ainda habitam a Floresta Amazônica, detêm um vasto conhecimento ancestral sobre o ambiente no qual vivem e as práticas de gestão desses recursos para reprodução do seu modo de vida.
As pesquisas arqueológicas feitas nos últimos anos na região amazônica têm demonstrado que esta porção da América do Sul foi densamente ocupada por diversos povos a pelo menos 15 mil anos A.P. (Antes do Presente). Como visto, estes povos desenvolveram estratégias de ocupação dos diferentes ambientes, desde as margens dos rios até áreas de terra firme.
Nesse cenário, ocorre a implantação de uma linha de distribuição de energia, obra acompanhada pela equipe da Espaço Arqueologia. Seu traçado implicou na instalação de torres de concreto e metal entre os municípios de São Francisco do Guaporé e Costa Marques, em Rondônia, localizada na Depressão do Rio Guaporé.
Vale lembrar que o Acompanhamento Arqueológico é uma etapa necessária para garantir a salvaguarda dos sítios já cadastrados na região e de outros que possam vir à tona. Nesse sentido, além dos 12 (doze) sítios já registrados que se encontram na área de entorno do empreendimento, a equipe de pesquisa identificou e delimitou um sítio cerâmico inédito, nomeado São Domingos 2, o que exigiu um desvio da Linha para evitar que ocorressem impactos sobre o bem arqueológico.