Estudos arqueológicos registram evidências produzidas por caçadores-coletores e horticultores que vivem há milhares de anos em áreas da Floresta Amazônica. Tais grupos humanos se revelaram grandes usuários das técnicas de fertilização do solo, tendo como base o material orgânico existente na região, que ficou conhecido como “Terra Preta de Índio” ou “Terra Preta Arqueológica”.
Este conhecimento milenar indica que os povos indígenas, que viveram e ainda vivem na extensa região da Floresta Amazônica, estão de posse de um conhecimento ancestral muito rico sobre o ambiente em que vivem e as práticas de domínio e gestão desse meio para reprodução do seu modo de vida. As pesquisas arqueológicas dos últimos anos na região amazônica indicam que esta porção da América do Sul foi amplamente ocupada por diversos grupos a pelo menos 15 mil anos A.P. (Antes do Presente).
Como visto, estes povos criaram estratégias de ocupação dos diferentes ambientes, desde as margens dos rios até áreas de terra firme. O empreendimento, onde a equipe da Espaço Arqueologia procedeu o Acompanhamento Arqueológico, é uma linha de distribuição de energia, cujo traçado implicou na instalação de 425 estruturas entre os municípios de São Francisco do Guaporé, Seringueiras e São Miguel do Guaporé, em Rondônia.
A atividade desempenhada é uma fase importante do trabalho arqueológico, pois garante a salvaguarda dos sítios já cadastrados na região e de outros que podem ser descobertos. No caso da pesquisa em questão, a equipe da Espaço Arqueologia identificou o sítio cerâmico inédito na área de influência direta do empreendimento, Nomeado “R Wermonde”, o achado exigiu um desvio da Linha para evitar com que o bem arqueológico fosse impactado. Além dele, há o Sítio Bacuri, já registrado no Iphan, que se localiza na área de influência da rodovia BR-429.