Ao longo de seus 10 anos, a Espaço Arqueologia realizou importantes estudos na região dos Campos de Palmas. Recentemente, pesquisas desenvolvidas nos vales dos rios Iratim, Chopim e São Francisco apresentaram resultados que contribuíram para ampliar as discussões a respeito da ocupação pré-colonial da região, chamando atenção para a predominância de sítios arqueológicos associados aos povos caçadores-coletores e aos Jê Meridionais.
Esses estudos foram desenvolvidos nos processos de licenciamento de empreendimentos hidrelétricos, que encontram nos Campos de Palmas significativo potencial de instalação e geração, dadas as características hidrológicas, geológicas e geomorfológicas da região.
Dessa forma, em setembro de 2021, nossa equipe executou a etapa de Avaliação de Impacto ao Patrimônio Arqueológico na área de uma Central Geradora Hidrelétrica, que será instalada no curso do Rio Poço Preto, no município de Mariópolis, Paraná.
A área avaliada tem pequenas dimensões e está localizada às margens do rio Poço Preto que, nesse trecho de seu curso, apresenta um leito escavado, tornando restritas as áreas de alagamento previstas pelo projeto da CGH. Cabe também mencionar que o local, há muitos anos atrás, foi um aproveitamento energético destinado ao atendimento de uma indústria. Assim sendo, o novo empreendimento ocorrerá sobre uma área já intensamente antropizada, ou seja, modificada pela ação humana.
Segundo o arqueólogo Raul Novasco, integrante da equipe técnica da Espaço Arqueologia, “
na região do estudo, é comum serem identificados sítios nos terraços coluvio-aluviais que formam as áreas planas das margens dos corpos hídricos, e no topo das vertentes, nas áreas próximas das nascentes dos pequenos cursos de água que alimentam os principais rios”. O pesquisador avalia considerando a topografia da área estudada, que o local apresenta baixo potencial arqueológico. “As margens são encaixadas e o solo pedregoso, sendo que as áreas de maior potencial arqueológico estão localizadas para além da poligonal da CGH”.
Conforme avaliação feita pelo pesquisador, nos estudos realizados na área da CGH que será instalada no curso do rio Poço Preto, não foram identificados vestígios arqueológicos.