Região do Contestado recebe pesquisa arqueológica

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Etapa de avaliação de impacto ao patrimônio arqueológico aconteceu no vale do rio do Peixe, em Santa Catarina.

O rio do Peixe é um importante curso d’água de Santa Catarina. Ele nasce no município de Calmon, entre o meio-oeste e o planalto norte catarinense, numa altitude de 1250 metros acima do nível do mar. Ao longo de seus 299 km de extensão, muitas outras cidades se desenvolveram: Caçador, Rio das Antas, Videira, Iomerê, Pinheiro Preto, Tangará, Ibicaré, Herval d’ Oeste, Luzerna, Joaçaba, Lacerdópolis, Erval Velho, Campos Novos, Ouro, Capinzal, Ipira, Piratuba, Alto Bela Vista, Peritiba e Jaborá. O rio do Peixe tem sua foz localizada no rio Uruguai, em terras dos municípios de Alto Bela Vista (SC) e Marcelino Ramos (RS).

Além de sua relevância social e econômica, o rio do Peixe também foi cenário para o desenrolar de fatos históricos como a construção da ferrovia São Paulo-Rio Grande do Sul e a Guerra do Contestado (1912-1916). No entanto, antes do período denominado como “histórico”, ou seja, o período anterior à colonização de origem europeia, esta região foi ocupada por grupos humanos de caçadores-coletores, desde um passado mais longínquo, remontando cerca de 11.000 anos atrás, passando por ocupações de grupos indígenas, como os Jê Meridional, em períodos de até 1500 anos atrás, e os grupos Guarani, que tem sua área de ocupação restrita às imediações da foz do rio do Peixe.

O histórico e a antiguidade do processo de ocupação humana dessa região têm sido estudados por diversos arqueólogos ao longo do tempo, cada qual, contribuindo com seus métodos e resultados para a construção de um panorama rico em informações. Dentre os sítios arqueológicos mapeados, estão dois pré-coloniais, líticos à céu aberto, compostos por instrumentos líticos lascados.

Desta forma, tendo como um dos objetivos contribuir para a geração do conhecimento envolvendo o contexto arqueológico regional, uma equipe de pesquisadores da Espaço Arqueologia avaliou os impactos ao patrimônio arqueológico de uma área prevista para a instalação de uma Pequena Central Hidrelétrica (PCH) a ser implantada no curso do rio do Peixe, entre os municípios de Capinzal e Ouro. Esta etapa de pesquisa está prevista na Instrução Normativa do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) nº 001/2015, e inclui levantamentos bibliográficos e, de campo, envolvendo ações de prospecções de superfície e subsuperfície no terreno, com a execução de linhas de caminhamento e a escavação de poços-teste. Como resultado dessa pesquisa, não foram encontrados vestígios arqueológicos.

Para além da pesquisa de campo, outra ação importante foi a divulgação e esclarecimento sobre a pesquisa arqueológica e os bens culturais acautelados da região. Nesta atividade, além das informações prestadas, a comunidade local também recebeu materiais informativos constituídos por dois folders, sendo o primeiro com informações relacionadas ao desenvolvimento das pesquisas arqueológicas no licenciamento ambiental; e o segundo com informações referentes aos principais aspectos culturais dos grupos humanos que habitaram o Planalto Meridional antes do contato com os colonizadores.

Sendo assim, o saldo desta pesquisa demonstrou resultados positivos, uma vez que a cada estudo de arqueologia realizado, novas informações são geradas e mais pessoas passam a conhecer um pouco mais sobre o patrimônio arqueológico em sua região.
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