Ilha de Santa Catarina é cenário de pesquisa subaquática e terrestre

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Levantamento foi realizado em Florianópolis, local de alto potencial arqueológico.

Uma pesquisa envolvendo métodos de prospecção em ambiente costeiro e arqueologia subaquática foi desenvolvida pela equipe da Espaço nos meses de dezembro de 2023 e janeiro de 2024 na capital catarinense de Florianópolis. O projeto, que visa o alargamento de um importante balneário, motivou os estudos que contaram com metodologias cientificamente reconhecidas para os diferentes ambientes, tendo como base a Teoria de "Padrão de Assentamento".

Segundo o Arqueólogo coordenador de campo, Alessandro De Bona Melo, a área é de alto potencial arqueológico, tendo em vista que há um importante sítio arqueológico que foi escavado e estudado em área muito próxima ao empreendimento. Trata-se do Sítio Arqueológico Rio do Meio, classificado por Gilson e Lessa (2021) como um assentamento associado ao tipo raso com cerâmica. O sítio foi mapeado em 1987 pela equipe do Museu Universitário da Universidade Federal de Santa Catarina (atualmente MArquE) e, por meio da identificação de fragmentos de ossos de animais, conchas e cerâmica associados a manchas de coloração cinza escura, que contrastavam com a areia branca das dunas.

Florianópolis, como um todo, é um local de interesse arqueológico, pois há diferentes tipologias de sítios arqueológicos e patrimônio edificado, inclusive contendo bens “Tombados” pela União. Como nos conta o também arqueólogo Oscar Pozzebon, membro integrante da equipe e mestre em arqueologia pelo Instituto Politécnico de Tomar - Portugal, há, até o momento, registrados e totalmente homologados no Sistema Integrado de Conhecimento e Gestão – SICG, 145 (cento e quarenta e cinco) sítios arqueológicos, entre os quais encontram-se contextos pré-coloniais, históricos e multicomponenciais. Há ainda 34 (trinta e quatro) sítios arqueológicos em processo de homologação e 42 (quarenta e dois) não homologados.

Nas atividades desenvolvidas, não foram identificados novos sítios arqueológicos, tendo em vista que a área diretamente afetada é a faixa de areia sujeita à ação direta do movimento das ondas e da maré. Para o ambiente subaquático, também não foram evidenciados locais de interesse arqueológico que demandem novos estudos. Sendo assim, o relatório conclusivo foi encaminhado ao IPHAN (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional) para as devidas autorizações e emissão das licenças que possibilitem o início das obras.
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