Área de implantação de loteamento em Manaus (AM) é avaliada

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Pode-se dizer, com certeza, que a Amazônia é a região do Brasil que mais chama atenção dos arqueólogos, sejam eles brasileiros ou estrangeiros. O interesse pela pré-história desta região suscitou, ainda na primeira metade do século XX, calorosas discussões envolvendo arqueólogos, etnólogos e linguistas. Atentos a estas problemáticas, pesquisadores da Espaço Arqueologia executaram o programa de Avaliação de Impacto ao Patrimônio Arqueológico, na área de implantação do Loteamento Cidade Jardim, que será instalado nas imediações do cemitério e do aeroporto de Manaus.Até o momento, foram realizadas as pesquisas de campo, que consistiram na prospecção sistemática da poligonal do empreendimento, executada por meio da escavação de poços-teste e verificações superficiais intensivas. Como resultado de tais verificações, nenhum sítio arqueológico fora identificado e constatou-se que a área de instalação do empreendimento possui baixo potencial arqueológico, visto que se encontra muito alterada em decorrência de ações de mineração, realizadas há, pelo menos, 40 anos.Destaca-se que, além das verificações na área do loteamento, foram realizadas atividades de extroversão da pesquisa, as quais envolveram a visita e distribuição de materiais didático-informativos à comunidade escolar local e aos moradores das imediações da área pesquisada.Com isso, cumpre-se com a função social da pesquisa arqueológica, disseminando o conhecimento que dela deriva, o que, em uma região tão importante para a arqueologia brasileira, assume relevância ainda maior, pois chama atenção da comunidade local para a importância do patrimônio arqueológico brasileiro.Fonte de pesquisaPara compreender aspectos gerais das populações indígenas que ocupavam as florestas tropicais, antes da chegada dos europeus, diversas pesquisas foram realizadas em diferentes locais da Amazônia brasileira, com destaque para a Amazônia Central e para o baixo Amazonas.De lá para cá, as pesquisas foram continuadas e receberam significativo incremento após a década de 1990, com o projeto coordenado pelo professor doutor Eduardo Góes Neves, do Museu de Arqueologia e Etnologia da Universidade de São Paulo; bem como devido aos projetos de arqueologia preventiva executados na região, ao longo dos últimos 20 anos.Assim, atualmente, aspectos associados à complexidade social e cultural dos grupos, além da antiguidade da ocupação na Amazônia e da produção cerâmica, são as principais temáticas abordadas pelos diferentes projetos desenvolvidos na região. Também tem sido amplamente discutida a influência antrópica na constituição da Floresta Amazônica, a qual, segundo estudos recentes, teria se desenvolvido a partir do manejo florestal realizado pelas populações indígenas ao longo de todo o holoceno.

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