Avaliação de Impacto ao Patrimônio Arqueológico no Rio Muquilão

Estudo arqueológico no município de Jacarezinho, estado do Paraná
6 de novembro de 2024

Foram realizadas pesquisas intensivas nas áreas de influência de uma Central Geradora Hidrelétrica

Em outubro de 2024, foi realizado um programa de Avaliação de Impacto ao Patrimônio Arqueológico para um empreendimento hidrelétrico no rio Muquilão, entre Nova Tebas e Roncador, Paraná. A região, pertencente à bacia do rio Corumbataí, já foi alvo de pesquisas anteriores pela Espaço, com mapeamento de dezenas de sítios da Tradição Tupiguarani no médio e baixo curso do Corumbataí.

Estudos indicam que diversos povos ocuparam a região nos últimos 10 mil anos, incluindo povos caçadores-coletores, populações Jê Meridionais e grupos da Tradição Tupiguarani, anteriores à chegada dos europeus.

No estudo recente, foram realizadas pesquisas intensivas, com caminhamentos e poços-teste nas áreas de influência da Central Geradora Hidrelétrica (CGH) e, como resultado, não foram identificados sítios arqueológicos.

O arqueólogo Alessandro De Bona Mello, um dos coordenadores da pesquisa, destacou que a topografia do baixo e médio curso do Corumbataí, com margens planas e vertentes suaves, favorece o estabelecimento de populações e a identificação de sítios arqueológicos. Em contraste, a área pesquisada no rio Muquilão, para este empreendimento hidrelétrico, apresenta vertentes acentuadas, morros inclinados e vale encaixado, desfavoráveis à formação de áreas de habitação.

Embora não tenham sido encontrados sítios arqueológicos, a realização da pesquisa é relevante, pois evita que eventuais danos sejam causados ao patrimônio arqueológico e fornece novos elementos sobre a ocupação regional para estudos futuros. As atividades de esclarecimento e divulgação realizadas junto à comunidade local reforçam a função social da pesquisa arqueológica que consiste em instrumentalizar a população local com subsídios científicos para a salvaguardo do patrimônio.
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