Avaliação de Impacto no vale do Rio do Peixe

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Equipe da Espaço Arqueologia realizou estudos em área de futuro aproveitamento hidrelétrico.

Como parte dos estudos de Avaliação de Impacto ao Patrimônio Arqueológico de uma Pequena Central Hidrelétrica (PCH), a equipe da Espaço Arqueologia executou prospecções ao longo do curso do Rio do Peixe, entre os municípios de Ipira e Piratuba em Santa Catarina.

A área é caracterizada pelo vale encaixado e profundo, com encostas de declividade acentuada e topos alongados. Do ponto de vista do potencial arqueológico, na paisagem local se destacam os terraços localizados nas margens do rio, que possuem relevo mais suave e melhores condições para o estabelecimento de populações humanas.

No trecho do Rio do Peixe que foi objeto de estudo, essas áreas geralmente não são afetadas pelos empreendimentos hidrelétricos de pequeno porte, uma vez que, em geral, os reservatórios desses aproveitamentos não excedem a calha natural do rio, que é bastante encaixada.

De acordo com Valdir Schwengber, coordenador da pesquisa, devido a geografia local, o arranjo dessas usinas privilegia soluções que potencializam as quedas naturais, em detrimento da construção de barramentos altos e a formação de grandes reservatórios.

O arqueólogo complementa: “A solução encontrada pela engenharia nesse ponto do vale do Peixe acaba resultando, também, em menores impactos ao Patrimônio Arqueológico, uma vez que os sítios arqueológicos mapeados nos estudos preventivos se situam, em grande parte, nas áreas de influência indireta, onde estão os terraços e encostas mais suaves.”

Nessa pesquisa, com as prospecções intensivas realizadas em toda a área prevista para instalação da PCH, não foram encontrados sítios arqueológicos inéditos em suas áreas de influência, contudo, foram revisitados dois sítios que haviam sido registrados no ano de 2011, nos estudos preliminares de viabilidade do empreendimento.

São os sítios arqueológicos Linha Pinheiro II (em Ipira) e Linha Hachmann (em Piratuba). Ambos são sítios líticos pré-coloniais, implantados em terraços, fora das áreas diretamente afetadas pelo reservatório projetado para a PCH.

Além das atividades de prospecção, foram realizadas ações de divulgação do patrimônio arqueológico local com as comunidades do entorno do empreendimento, oportunidade em que a equipe aproveitou para esclarecer dúvidas dos moradores da região do Vale do Rio do Peixe e conhecer um pouco mais de suas histórias.
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