O pesquisador em busca da maneira mais assertiva para provocar um diálogo entre o trabalho artístico e o público – essa é a função de um curador.
Orquestrando um acervo material ao trabalhar aspectos como o espaço, a estética e o papel social de uma obra, esse profissional objetiva que o público tenha uma experiência sensitiva desempenhando o papel de potencializador da proposta do artista.
No caso de uma exposição arqueológica, o curador deve ter o cuidado em adaptar o resultado da pesquisa que se quer socializar de modo fidedigno e sensível, criando um contexto coerente, geralmente nos moldes de uma exposição museológica.
Documentos e vestígios são utilizados para representar a cultura e o modo de vida dos grupos humanos do passado criando um ambiente que possibilite incentivar a problematização do caráter eurocêntrico para uma decolonização da história. Essa prática se mostra um meio de informar e suscitar questionamentos acerca da importância da valorização do patrimônio.
Para pensar sobre o tema, na última semana de atividades do ano, a Espaço Arqueologia recebeu o curso Curadorias e Práticas Artísticas. Colaboradores envolvidos em atividades relacionadas participaram do curso: cientista social Dra. Tade-Ane Amorim, antropóloga mestra Bruna Donato de Oliveira, arqueólogo mestre Josiel Santos, jornalista graduanda Emeline Novasco, comunicóloga Raquel Schwengber e o arqueólogo mestrando Cauê Cardoso.
Pesquisadora, curadora independente, crítica de arte e escritora do livro Espaços Autônomos de Arte Contemporânea, Kamilla Nunes foi a mediadora do encontro. A florianopolitana trouxe uma análise crítica acerca dos modos de pensar a curadoria no Brasil e no exterior, possibilitando uma reflexão sobre como utilizar interações entre artefatos arqueológicos e a comunidade local.