Considerando o histórico das pesquisas já realizadas, uma equipe da Espaço Arqueologia realizou uma pesquisa arqueológica nesta região, correspondente a etapa de avaliação de impacto ao patrimônio arqueológico na área de implantação de um empreendimento do setor imobiliário. O objetivo desta etapa de pesquisa, consiste na realização de ações para avaliar a possibilidade de geração de impactos ao patrimônio arqueológico em virtude da instalação do empreendimento. Neste caso, a metodologia de pesquisa prevista no projeto foi aplicada em campo por meio da execução de linhas de caminhamento e a escavação de poços-teste para a verificação da superfície e da subsuperfície do terreno. Como resultado das atividades de pesquisa de campo, não foram encontrados vestígios arqueológicos na área estudada.
Partindo-se destas constatações a equipe de pesquisa realizou também ações de esclarecimento e divulgação da pesquisa junto aos moradores sediados nas áreas próximas ao empreendimento, como forma de promover a socialização dos resultados das pesquisas arqueológicas junto à comunidade.
Nestas ações foram prestadas informações sobre a arqueologia de modo geral e sobre a realização desta pesquisa, assim como, foram mencionados alguns sítios arqueológicos já identificados no município, como os sambaquis Costeira, Fazenda dos Búfalos, Sambaqui Linguado II, Sobral I e II, e, também o sítio arqueológico histórico denominado Antiga Estação Ferroviária, correspondente ao Patrimônio Ferroviário.
Conforme as conversas realizadas, pôde-se constatar que muitas pessoas da comunidade visitada pelos arqueólogos possuem conhecimento sobre os sambaquis da região, também popularmente conhecidos como “casqueiros” ou “concheiros”. Aos participantes destas atividades foram entregues materiais didático-informativos compostos por dois folders, sendo o primeiro com conteúdo relacionado as etapas da pesquisa arqueológica no âmbito do licenciamento ambiental de empreendimentos e, o segundo folder com conteúdo referente as pesquisas arqueológicas no litoral de Santa Catarina, reunindo informações sobre o modo de vida dos principais grupos humanos que habitaram a região antes do contato com os europeus.
Nas palavras do Arqueólogo Raul Viana Novasco, que participou desta pesquisa: “as ações educativas aproximam a pesquisa arqueológica e a comunidade, estimulando o conhecimento e contribuindo para a preservação do Patrimônio Arqueológico. ”