Pesquisa Arqueológica em Itapoá

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Estudo de avaliação de impacto ao patrimônio arqueológico foi desenvolvido em área de empreendimento do setor de logística.

A equipe da Espaço Arqueologia realizou pesquisa de avaliação de impacto ao patrimônio arqueológico em Itapoá, cidade situada no litoral norte de Santa Catarina, com o objetivo de subsidiar o licenciamento de um terminal logístico.

O contexto arqueológico de Itapoá revela uma longa ocupação humana, que remonta desde tempos pré-coloniais até períodos históricos. O vínculo profundo de Itapoá com seu passado se reflete até mesmo em seu nome, de origem tupi-guarani: "ITA" significa pedra e "POÁ", ponta, formando "ITAPOÁ", que se traduz como arpão curto e largo.

A cidade abriga 19 sítios arqueológicos registrados nos bancos de dados CNSA e SICG, ambos sob a gestão do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN), o que a torna a área de grande potencial arqueológico, especialmente para sítios pré-históricos do tipo Sambaqui.

Os Sambaquis, também conhecidos como casqueiros, concheiros, berbigueiras ou sernambis, são sítios que se destacam pelo uso predominante de conchas de moluscos em sua construção. Geralmente apresentam uma forma monticular e contêm em suas camadas arqueológicas ossos de peixes, aves e mamíferos, além das conchas. Alguns são de dimensões monumentais e incluem sepultamentos, enquanto outros são menos visíveis na paisagem, compostos por finas camadas de conchas e sedimentos escurecidos. São mais numerosos em Santa Catarina, mas estão presentes em uma extensa faixa litorânea do Rio Grande do Sul à Bahia.

Próximo ao local do empreendimento, encontra-se o sítio sambaqui Rio Inferninho, caracterizado por sua forma circular, com cerca de 15 x 15 metros de dimensão e uma altura estimada de 2 metros.

Outro sítio de importância em Itapoá, estudado pela equipe da Espaço Arqueologia em 2020, é o sítio Estrada da Figueira, um sítio histórico que inclui uma estrutura de engenho, associada a um contexto doméstico. A pesquisa revelou tratar-se de um engenho de farinha, construído e operado por descendentes de africanos escravizados.

Dessa forma, é fundamental reconhecer as valiosas contribuições desses estudos para o conhecimento sobre as populações que ocuparam o território.

Durante esta pesquisa, foram realizadas 68 sondagens em conjunto com caminhamentos sistemáticos pela área do empreendimento. No entanto, ao final, não foram identificados vestígios arqueológicos na área que se encontra em licenciamento, apesar da proximidade com o sítio Sambaqui Rio Inferninho.

A equipe também realizou atividades de divulgação e esclarecimento junto às comunidades de Bamerindus e Estrada da Jaca, situadas no entorno do local pesquisado. Nessas atividades, aos moradores locais e funcionários de empresas sediadas nessas comunidades, foram entregues materiais informativos, entre os quais, destaca-se um, desenvolvido exclusivamente para este projeto e que dá ênfase às características do sítio Sambaqui Rio Inferninho e sua importância no contexto arqueológico de Itapoá.
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