Pesquisa Arqueológica no Litoral Sul de Santa Catarina

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Avaliação de Impacto ao Patrimônio Arqueológico foi executado no município de Imbituba

A área da pesquisa está numa paisagem com características comuns às planícies costeiras do leste catarinense, por sua biodiversidade e disponibilidade de recursos, podem ser consideradas áreas ambientalmente privilegiadas. As planícies costeiras margeiam todo o leste do Estado de Santa Catarina ao longo do Oceano Atlântico, apresentando áreas mais largas na região sul do Estado, e áreas mais estreitas a partir do município de Laguna. Tais planícies são compostas por praias, campos de dunas estáveis e instáveis, lagoas costeiras, foz de rios, pontais, enseadas e baías.

Situado no Litoral Sul de Santa Catarina, mais especificamente na faixa de dunas estáveis que separam a Lagoa do Mirim e a linha da praia, o ambiente, desde tempos remotos, por suas características naturais, foi escolhido por grupos humanos para o desenvolvimento de suas práticas de vida. O grupo mais antigo é conhecido na literatura arqueológica como sambaquieiros, que tinham como maior fonte para obtenção de recursos alimentares as lagoas e o mar, completando sua alimentação caçando pequenos animais e aves, assim como, coletando frutos e vegetais. A grande marca que os sambaquieiros deixaram na paisagem foram os grandes montes de conchas, denominados sambaquis, sendo que os mais antigos estão localizados no litoral sul de Santa Catarina, construídos há cerca de 8 mil anos.

Outro grupo que habitou esta porção do litoral catarinense no período pré-colonial, foram os Guarani, também conhecidos como Carijós, nesta região. Ocupavam os cordões de dunas estáveis e organizavam-se em aldeias. Os Guarani produziam e utilizavam diversos tipos de vasilhas cerâmicas nas suas atividades domésticas como grandes vasos para preparação e conservação de bebidas, panelas para cozimento de alimentos e pequenos potes para servir comidas e bebidas. Este grupo, entrou em contato com os primeiros colonizadores europeus que chegaram ao território a partir do século XVI.

A chegada dos colonizadores europeus na costa catarinense representou profundos impactos aos grupos indígenas Guarani que viviam no litoral, principalmente devido ao aprisionamento para venda como escravos, a imposição religiosa e a instalação de vilas, dando origem as primeiras cidades, imprimindo uma nova dinâmica política e econômica.

Os testemunhos remanescentes dos períodos referentes a ocupação humana desta região, podem ser observados nos sítios arqueológicos já registrados na área do município de Imbituba, contando com sambaquis, sítios Guarani e um sítio histórico, relacionado à pesca da baleia.

Diante deste cenário, uma equipe de pesquisa da Espaço Arqueologia realizou a etapa de avaliação de impacto ao patrimônio arqueológico na área de implantação do Loteamento Imbituba. O objetivo principal nesta etapa de pesquisa, consiste na realização de ações para avaliar a possibilidade de geração de impactos ao patrimônio arqueológico em virtude da instalação do empreendimento. Neste caso, a metodologia de pesquisa prevista no projeto foi aplicada em campo por meio da execução de linhas de caminhamento e a escavação de poços-teste para a verificação da superfície e da subsuperfície do terreno. Como resultado das atividades de pesquisa de campo, não foram encontrados vestígios arqueológicos.

Uma outra atividade deste projeto consistiu na realização das ações de divulgação da pesquisa. Desta forma, a pesquisa foi divulgada junto aos moradores sediados nas áreas próximas ao empreendimento, assim como, junto à Secretaria de Educação do município de Imbituba. Nestas ações foram prestadas informações sobre a arqueologia de modo geral e sobre o projeto desta pesquisa. Todos os participantes destas atividades receberam os materiais didático-informativos compostos por dois folders, sendo o primeiro com conteúdos relacionados as etapas da pesquisa arqueológica no âmbito do licenciamento ambiental de empreendimentos e, o segundo folder com conteúdo referente as pesquisas arqueológicas no litoral de Santa Catarina, reunindo informações sobre o modo de vida dos principais grupos humanos que habitaram a região antes do contato com os europeus.

Estas ações objetivaram a promoção da socialização dos resultados das pesquisas arqueológicas junto à comunidade, despertando o interesse pelo tema, a necessidade de preservação do patrimônio arqueológico e o respeito à diversidade étnica e cultural que compõe a História Regional.
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