As pesquisas foram realizadas por meio de escavações amostrais nas imediações dos muros de taipa, registro fotográfico, elaboração de desenhos analíticos, levantamento topográfico e imageamento aéreo com drone, além de entrevistas com os moradores locais.
Em contextos como este, as entrevistas se destacam como importante fonte de informação, uma vez que os agentes do processo de construção e transformação dos elementos de interesse histórico em análise ainda podem ser consultados. Com as entrevistas foi possível descobrir, por exemplo, que a maioria dos muros de taipa dali eram construídos por um conhecedor da técnica construtiva, chamado por muitas famílias para realizar este trabalho em suas propriedades. Os materiais utilizados eram retirados do próprio terreno ou das proximidades, e carregados com “zorras” até o local da construção.
Segundo Isabela Bardini, arquiteta e pesquisadora da Espaço Arqueologia, estas estruturas se enquadram como parte da arquitetura chamada “vernacular”, que se caracteriza pela aplicação de técnicas tradicionais e pelo uso de materiais locais no desenvolvimento de soluções práticas do dia-a-dia.A respeito do padrão construtivo dos muros, a pesquisadora afirma ainda que, por meio dos desenhos analíticos e dos registros fotográficos, foi possível constatar que a construção das taipas se deu pela sobreposição de pedras sem nenhum tipo de material agregador, sendo apenas encaixadas umas às outras.
É por sua tipologia construtiva e por sua característica regional, que os remanescentes das taipas possuem valor histórico e cultural para o local. Valdir Schwengber destaca que mesmo que não sejam considerados sítios arqueológicos, estas ruínas merecem ser registradas e analisadas de forma detalhada. Se trata da memóriamaterial de um período importante da história e do desenvolvimento socioeconômico desta porção do meio-oeste catarinense que, ainda hoje, tem na criação de suínos e em toda a cadeia produtiva da agroindústria sua principal base econômica.