Alguns dos sítios arqueológicos mapeados nas áreas de influência desse empreendimento deverão ser submetidos a ações de salvamento arqueológico no futuro e trarão informações importantes sobre a ocupação pré-colonial da região, seja em aspectos culturais, tecnológicos ou territoriais.
A relevância da região para o entendimento sobre o processo de formação dos territórios e fronteiras culturais no período que antecede a colonização já foi atestada em outros projetos desenvolvidos pela Espaço Arqueologia.
Também no curso do Rio Cantu, nas áreas afetadas pela instalação da PCH Cantu 2, a equipe da Espaço Arqueologia, no ano de 2015, mapeou e escavou sítios arqueológicos associados aos caçadores-coletores, aos povos Jê Meridionais e aos Guarani. As diferentes tipologias de sítios demonstram que distintas populações ocuparam e disputaram esse espaço, tornando-os parte de seu território.
As novas pesquisas, além de ampliar a amostragem que se tem para a região, podem contribuir para a composição de um quadro interpretativo mais sólido sobre os movimentos empreendidos pelas populações pré-coloniais no baixo curso do rio Cantu que, de acordo com os estudos até agora realizados, pode ser uma das vias de entrada dos povos Guarani para os planaltos do centro-sul paranaense.
Outro aspecto importante das pesquisas diz respeito às ações educativas e de divulgação que ocorrem associadas aos estudos dos sítios arqueológicos. Nos municípios em que a Espaço realizou a prospecção complementar, foram feitas ações de divulgação junto aos moradores locais e contatos prévios com as secretarias de Educação dos municípios, visando informar sobre os resultados obtidos até o momento com as pesquisas e possíveis programas de Educação Patrimonial que podem ser desenvolvidos com a continuidade dos estudos.