Na área de pesquisa intitulada Sítio Taipa 2, segundo o arqueólogo Thiago Torquato, “foi utilizada a técnica de 'empilhamento de pedras' para a construção da Taipa de Arrimo. Devido ao terreno possuir uma alta declividade, que dificulta ou impede a passagem de equipamentos de rodas como carroças, charretes, carros, entre outros, foi aplicada uma técnica de nivelamento do solo, que consiste em cortar o terreno, deslocando o sedimento para o nível inferior, com o objetivo de evitar posteriores perdas de material devido a deslizamento ou abertura de voçorocas”.
Durante as pesquisas, os profissionais concluíram que o início da construção da Taipa de Arrimo ocorreu sobre o solo sem quaisquer estruturas ou base escavada. A primeira camada é formada por pedras de maior volume, chamadas de “pedra base”, dispostas linearmente considerando os aspectos morfológicos e a volumetria. Tal técnica proporciona maior estabilidade à estrutura no contato com o solo, diminuindo a movimentação da base e possíveis desprendimentos que poderiam colocar a estrutura em risco. Também foi disponibilizado pelos investigadores uma prancha técnica que contém fotografia e desenho digital, onde podem ser vistos os diferentes tipos de “pedras” usadas na construção da taipa (figura 2).
Segundo o arqueólogo Jedson Francisco Cerezer, “as taipas de arrimo na região oeste catarinense são evidências arqueológicas importantes, especialmente em caminhos que atravessavam encostas, vales e drenagens, onde a elevação do leito da estrada, por meio de aterros, era necessária”. Ainda segundo Cerezer, “empreendimentos como este – PCH Pira – reforçam o compromisso que existe entre as empresas de consultoria em arqueologia, os empreendedores do setor energético e o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) em preservar e valorizar o patrimônio cultural brasileiro nas suas mais variadas nuances”.